sábado, 5 de fevereiro de 2011

Mais um post profundo (prometo que será o último)


Já que estamos numa de postes profundos, vou partilhar mais um desabafo com quem passa por este meu cantinho. Quando era adolescente e achava que podia fazer tudo, dizer tudo, lutar por tudo até mais não (acho que todos nós já passamos por essa ilusão quando temos 15 ou 16 anos), achava que todos tinham direito a ser felizes, ou pelo menos todos tinham obrigação de lutar por aquilo que os faz feliz. Se não conseguissem pelo menos ficavam com a noção que tinham dado o seu melhor, é porque a vida assim não o queria. Mas se conseguissem aí era a realização suprema. Feliz, ou infelizmente a vida foi moldando esta minha ilusão utópica, no entanto sempre procurei dar o meu melhor em tudo que fazia pois assim era mais fácil enfrentar as coisas más, ficava com a consciência que fiz tudo o que podia fazer. Só há um aspecto na minha vida que não consigo agir assim. É no meu trabalho. Tenho um horário que não me deixa feliz. Há pessoas que não se importam de trabalhar aos fins de semana, mas a mim custa-me horrores. Podia fazer tantas coisas que me deixam feliz, viajar, passear, ou simplesmente passar uma tranquila tarde com o meu namorado. Como num dos dias do fim de semana trabalho 13 horas o outro dia passa a correr e sinto sempre que fiz metado daquilo que gostaria de ter feito. E isto já há mais de 3 anos... começo a ficar verdadeiramente saturada. Isto tudo para dizer que tenho muita pena de não reconhecer em mim aquela adolescente que achava que, se lutasse, era capaz de tudo. Porquê que eu não acredito que poderia arranjar um emprego com um horário melhor (entendasse ter fins de semana) e começo a procurar. Sim, acomodei-me a esta situação e não tenho coragem de mudar. Mas está a chegar o dia...

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Litle bit of other worlds: